terça-feira, 28 de junho de 2011

À volta do tempo

Eu escrevi cartas de amor.

A saudade apertava e o espaço que nos distanciava não era possível de ser ultrapassado.
Assim, parava e atirava para dentro de uma folha de papel aquilo que me apertava na alma. E, durante esse tempo, vivia a emoção de estar perto, senão mesmo, ali ao lado.
Todos os dias úteis vivia também a emoção da hora do carteiro. Haveria novidade? Uma carta?

Hoje não escrevo cartas. E as que recebo são, regra geral, recibos de contas pagas.

Agora, quando a vontade acontece, telefono, envio um sms ou mando um e-mail.

O tempo da saudade ficou mais curto.
Será que a Saudade passou a saudadinha?

domingo, 17 de outubro de 2010

Para quando um novo encontro...

Não estava prometido um novo encontro em Óbidos? O Francisco pode contar comigo para o organizar.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Do Prof Mendo Henriques

Comunicado do IDP

Hoje, 26 de Abril é canonizado em Roma aquele a quem os portugueses já chamavam Santo Condestável. O seu túmulo, no Convento do Carmo, rezava assim: "Aqui jaz o famoso Nuno, o Condestável, fundador da Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descansa o seu corpo."

Ontem, 25 de Abril, comemorou-se o dia da Liberdade. Há 35 anos, um homem comandou uma coluna de blindados vinda de Santarém, montou cerco aos ministérios no Terreiro do Paço, e forçou a rendição do regime no Quartel do Carmo. Esse homem, Fernando Salgueiro Maia, cumprida a sua missão, recusou ao longo dos anos ser conselheiro, embaixador, governador civil e demais honras.

Nuno Álvares Pereira e Fernando Salgueiro Maia colocaram o serviço à Pátria à frente dos interesses de grupos e colocaram os grandes princípios da humanidade, religiosos e laicos, à frente do seu interesse pessoal.

É de gente assim que Portugal precisa na crise económica que todos os dias vemos crescer, e que ameaça transformar-se em crise social caso não forem tomadas as medidas correctas, e em crise política se o ciclo eleitoral para onde caminhamos for inconclusivo e pautado pelo abstencionismo.



26 de Abril de 2009

A Direcção do Instituto da Democracia Portuguesa
www.democracia.portuguesa.org

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Coisinhas boas

Andei hoje à procura do Mein Kampf de Adolf Hitler. Não o encontrei em lado nenhum. Dizem-me que foi retirado do mercado. Se eu quizer encomendam a edição brasileira.

Ou seja, vou a uma livraria e posso escolher a maior quantidade de atrocidades, barbaridades, livros sobre paneleiragem, vudus, feitiçaria, anti-cristos, aberrações e até Soares, Marx e afins. Agora Hitler não. A Inteligenzia assim o disse. O lápis azul no seu melhor. 

Alguém um dia dizia, não há machado que corte a raiz ao pensamento, mas que existe gente que insiste, existe!

"O saber não ocupa lugar"

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Cardoso Duarte

É verdade. É o próprio. E ainda celebra...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Este blog precisa de música (2)

Holly Dolly - Don't Worry Be Happy

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Notícias que marcam a actualidade

Realizador de Garganta Funda morreu ( do Público)29.10.2008 O realizador de origem italiana Gerard Damiano, autor do mítico filme pornográfico Garganta Funda, morreu no sábado, em Miami, EUA, aos 79 anos, vítima de complicações cardiovasculares. O cineasta dirigiu cerca de 50 filmes pornográficos, mas é por esse filme que ainda hoje é recordado.

Emblemático e marcante, não só no seu género, mas na história do cinema em geral, Garganta Funda destacou-se no início dos anos 70 ao apresentar uma ideia de argumento singular - centra-se numa mulher cujo clítoris se localiza na garganta - transformando-se num inesperado fenómeno de culto, gerando de imediato defensores e detractores, e invadindo com rapidez os domínios da cultura popular de massas, um feito único para um filme pornográfico, tendo em atenção a época.
Rodado em 1972, em apenas seis dias, e protagonizado por Linda Lovelace, tornou-se num fenómeno mundial por ter sido a primeira longa-metragem pornográfica exibida em cinemas tradicionais. Foi visto por mais de dez milhões de pessoas e arrecadou mais de 600 milhões de dólares, sendo um dos filmes mais lucrativos de sempre, pois a sua produção custou apenas 25 mil.

O sucesso da obra foi acompanhado por grandes polémicas. Foi banido de vários estados dos EUA e alvo da ira de grupos religiosos, tendo o actor Harry Reems, que fazia o papel de médico, sido alvo de inúmeros processos. Damiano era conhecido por atribuir grande importância ao argumento, num género que tradicionalmente despreza a narrativa.

O realizador serviu de inspiração para o personagem interpretado por Burt Reynolds no filme Boogie Nights, um criador de filmes pornográficos que procurava o reconhecimento artístico. A expressão "garganta funda" designava a fonte jornalística que desencadeou o "caso Watergate", que culminou com a demissão do presidente norte-americano Richard Nixon. Mais de 30 anos depois as repercussões desta obra singular ainda se fazem sen-tir. A prova é o documentário Dentro de Garganta Funda, visto em Portugal há três anos, e que pretendia reflectir o impacto artístico e sociológico da obra.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A vida cruel de um pai sofredor

No outro dia o meu filho pediu-me um CD de música. E eu, como qualquer pai, lá tentei satisfazer o pedido do rapaz.


Quando dei por mim, o CD vinha com 15 SuperBock. Contrariado lá tive levar as 15 cervejas para casa. E, num perfeito inferno, lá tive que as beber.

Como é difícil a vida de um pai nos tempos que correm! ( E se a minha filha também quizer o CD?). Céus, como a vida é cruel!

domingo, 5 de outubro de 2008

No jornal Público de hoje

Monárquicos, católicos e historiadores de várias tendências contestam o carácter ideológico das comemorações da República"Quem era o Almirante Reis? Alguém sabe? E o Barata Salgueiro?" Carlos Bobone, historiador, alfarrabista e monárquico, faz as perguntas, retórico e provocador. "E o Elias Garcia? Um estrangeiro que chegue a Lisboa pensa que o Almirante Reis e o Miguel Bombarda são os dois maiores heróis nacionais".
A toponímia é um dos temas tratados no sítio da Internet da Plataforma monárquica para o Centenário da República. Outro é o dos presos políticos, que eram aos milhares, maltratados e humilhados, segundo os documentos apresentados pelo grupo de cerca de vinte personalidades monárquicas.
Era comum o uso do "capuz penitenciário", que se colocava na cabeça dos presos políticos, que eram, aliás, tratados como presos de delito comum. Outro tema é o défice de democracia. "Fazem-nos acreditar que havia, durante a 1.ª República, multipartidarismo, liberdade de imprensa e eleições justas", diz Bobone.Essa versão "surge nos manuais escolares, nas exposições, nos catálogos dos museus. E as pessoas pensam que deve realmente ter sido assim, porque isso lhes dá um certo conforto". A verdade é que o Partido Republicano Português (PRP) dominou o Parlamento e ganhou todas as eleições, que eram falsificadas, explica Bobone.
A liberdade de imprensa também não existia. Os republicanos inventaram várias formas, algumas muito criativas, de sufocar os jornais. Como, segundo a lei, apenas eram proibidos a pornografia e os boatos, "davam muita latitude a estes conceitos". Dizer que a monarquia era melhor do que a república era considerado um boato, criticar o Governo era uma atitude pornográfica.
Outro método era encorajar os assaltos a jornais por parte de grupos de arruaceiros. No dia seguinte ao assalto, a polícia encerrava o jornal, alegando que ele provocava distúrbios na ordem pública. Outro estratagema ainda era prender os ardinas, impedindo que a edição do jornal se vendesse, quando continha algum artigo inconveniente. Alguns jornais eram fechados e apreendidos tantas vezes, que acabavam por falir.
Outra das marcas distintivas dos republicanos de 1910, segundo Bobone e João Távora, que apresentaram esta semana a Plataforma monárquica, era o seu desprezo pelas mulheres. Não lhes reconheceram o direito de voto. A explicação: eram reaccionárias e iriam votar nos padres."Outro traço pouco conhecido dos republicanos é o seu puritanismo", diz ao PÚBLICO João Távora. "Queriam proibir a confissão, para que as suas mulheres nunca ficassem sozinhas com outro homem".Perante estas características dos protagonistas da revolução de 1910, não fará sentido comemorar o aniversário do acontecimento, e muito menos o seu centenário, daqui a dois anos, dizem os monárquicos. "Nestes 100 anos, foi inventada uma História", diz Távora. E Bobone acrescenta: "Queremos lembrar a República como ela realmente foi. É considerada a precursora ideológica do regime em que vivemos. Nós pretendemos mostrar que isso não é verdade".
Católicos críticosVozes da Igreja Católica têm emitido críticas à forma como estão a ser planeadas as comemorações oficiais do centenário da República, e manifestado interesse em participar nas várias iniciativas. "Estamos atentos e empenhados em reflectir sobre estes temas, a propósito do centenário da República", disse ao PÚBLICO Paulo Fontes, do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica. Desmentiu que esteja a ser preparado algum "livro negro" sobre a 1.ª República, como foi noticiado, mas anunciou estar a participar na redacção de um Dicionário de História da 1.ª República e do Republicanismo, juntamente com várias universidades e instituições científicas, organizado pela comissão das comemorações oficiais.
Em 2011, o Centro de Estudos da Católica promoverá uma reunião para debater o tema das relações entre o Estado e as Igrejas.As comemorações devem ser uma oportunidade para reflectir "de forma aberta e plural" sobre as questões históricas, que não devem ser "reduzidas à sua dimensão político-ideológica", diz Fontes. Não se pronuncia sobre as comemorações oficiais que estão a ser preparadas, mas admite que vigora uma certa "perspectiva historiográfica ideologizada".
Também Rui Ramos, historiador e biógrafo do rei D. Carlos, considera importante "separar a comemoração do conhecimento". É uma "aberração histórica" ver nos líderes da 1.ª República um exemplo de virtudes. "Se hoje chegasse ao poder um partido como o PRP, teríamos seguramente uma guerra civil". Mas não se pode generalizar. "Falar do período republicano em geral é como falarmos de 1975 sem considerarmos as diferenças entre Cunhal e Sá Carneiro".
É um absurdo afirmar que a 1.ª República está na linhagem do regime actual, e que, portanto, celebrar aquela serviria para legitimar este. "A primeira comissão das comemorações [dirigida por Vital Moreira] cometeu o erro de tentar justificar com as ideias republicanas algumas medidas políticas actuais, como por exemplo alterar o código do Registo Civil para permitir os casamentos homossexuais. Se o Afonso Costa ouvisse isso, teria um ataque de coração. Não era possível ser-se mais homofóbico do que ele era".O que deve ser discutido é "o regime comemorativo português", que é "primitivo" e "próprio de países do terceiro mundo". Rui Ramos, historiador e biógrafo do rei D. Carlos, considera importante separar a comemoração do conhecimento.